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08/07/2019

Em dois anos, tarifas bancárias subiram o dobro da inflação, diz Idec

Entre 2017 e 2019, o reajuste médio das tarifas dos 5 maiores bancos foi de 12% e, de pacotes de serviços, 14%, enquanto inflação subiu 7,4%
 As tarifas dos serviços oferecidos pelos principais bancos do país aumentaram, em média, quase o dobro da inflação nos últimos dois anos. É o que aponta um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que acompanhou a evolução dos preços de pacotes e serviços oferecidos pelos cinco maiores bancos do país – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco e Santander.
Foram analisados os preços cobrados por 20 tipos de serviços em cada um deles, como saques, transferências e emissão de talão de cheques. O Idec também verificou a evolução no valor de 70 pacotes, que cobram uma taxa fixa mensal por uma cesta fechada de serviços.
Entre abril de 2017 e março de 2019, o reajuste médio no valor das tarifas por serviço foi de 12% e, no caso dos pacotes fechados, de 14%. No mesmo período, a inflação do país subiu 7,4%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O Idec encontrou 50 tarifas diferentes para os serviços financeiros básicos nas cinco instituições pesquisadas. O reajuste mais baixo foi de 10% e, o mais alto, de 89% – caso da opção de pagamento de conta via cartão de crédito no Banco do Brasil, que subiu de 4,50 reais em 2017 para 8,50 reais em março deste ano.
"Vivemos um momento em que há vários concorrentes novos entrando no mercado, com os bancos digitais e as fintechs, que oferecem diversos serviços gratuitos", diz a economista do Idec Ione Amorim. "Mas nada disso parece ter contribuído para que os grandes bancos praticassem uma política de preços mais competitiva."
No site da Exame você confere as tarifas que mais subiram
O Idec pesquisou ainda o custo das tarifas em alguns dos principais bancos digitais. De acordo com Ione, eles surgiram no mercado prometendo diversos serviços gratuitos ou mais baratos que os dos concorrentes tradicionais, caso das transferências por DOC e TED, que são grátis e ilimitadas em todas as contas virtuais verificadas na pesquisa.
Por outro lado, há muitas cobranças avulsas que muitas vezes são mal divulgadas e podem ser caras, caso dos saques, que chegam a R$ 6,90 por operação (quando o valor máximo cobrado nas redes tradicionais é de R$ 2,50).
"Os bancos virtuais são ainda um mercado novo e precisam de melhorias", disse a economista do Idec. "Tivemos, por exemplo, dificuldade em localizar informações sobre quais serviços são gratuitos e quais pagos, além de alguns dizerem que não cobram tarifas, mas, na prática, só oferecem a gratuidade se o consumidor tiver um consumo mínimo por mês."
Procurada, a Febraban, associação que representa os bancos, afirmou que "os bancos seguem estritamente as regulamentações do Banco Central no que se refere às cobranças que podem ou não ser feitas." "Dentro das normas estabelecidas, cada instituição financeira determina os preços de seus produtos de acordo com sua estratégia comercial", disse a entidade, em nota.
 A Febraban também destacou que, em parceria aos bancos, a associação mantém o STAR, ou Sistema de Divulgação de Tarifas e Serviços Financeiros. A ferramenta disponibiliza ao consumidor os valores de todas as tarifas cobradas por cada instituição e permite fazer consultas e comparações.
 "Vale lembrar, ainda, que todos os clientes bancários têm direito ao pacote de Serviços Essenciais, que é isento da cobrança de tarifas", afirmou a Febraban. O pacote, regulamentado pelo BC, garante um mínimo de serviços gratuitos nas contas bancárias, como fornecimento de cartão de débito e ao menos quatro saques e duas transferências por mês dentro do mesmo banco.
 

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